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Para Temer, golpe é ‘absolutamente inviável’ neste momento

O ex-presidente aumentou o trânsito no atual governo para auxiliar Bolsonaro a conter uma escalada golpista no seu discurso

Michel Temer
O ex-presidente Michel Temer. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Ex-presidente Michel Temer. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Depois de escrever a carta de recuo para Jair Bolsonaro, o ex-presidente Michel Temer (MDB) tem repetido análises que afastam qualquer possibilidade de ruptura institucional no atual governo. A mais recente delas é a de que considera ‘absolutamente inviável’ um golpe neste momento. A declaração foi dada em evento virtual promovido por um banco na terça-feira 14.

“Não vejo desejo. Não vejo a disposição do Congresso. Isso [golpe] só acontece se as Forças Armadas têm disposição para isso. E as Forças Armadas hoje não têm nenhuma disposição”, afirmou o emedebista.

O evento ocorreu no mesmo dia em que foi divulgado um vídeo em que Temer riu de imitações de Bolsonaro que satirizam a nota publicada pelo presidente. Segundo o jornal O Globo, Bolsonaro e Temer trataram do assunto ao telefone. O ex-presidente teria justificado que outras imitações ocorreram, o atual presidente teria então aceitado e minimizado as risadas.

O evento em que Temer registrou sua análise do atual momento teve como público principal investidores e empresários, que tinham maioria entre os representantes na mesa do jantar onde Bolsonaro se tornou piada, como Naji Nahas, Paulo Marinho e Jhonny Saad.

Na conversa com o mercado financeiro, o emedebista também criticou as ameaças feitas por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, embora não tenha citado diretamente o nome do ex-capitão ao tratar do assunto.

“Quantas vezes no meu governo nós tínhamos problema com o Judiciário? O Supremo chegou a suspender um indulto [natalino] meu que é competência privativa do presidente. Nunca nos rebelamos contra as decisões judiciais. De uns tempos pra cá chegou-se a dizer que não se deveria cumprir algumas decisões, isso não é bom para o país”, criticou Temer após afirmar que acredita que, após a nota, os poderes vão ‘obedecer a regração constitucional’.

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