CartaExpressa
Pandora Papers: Comissão da Câmara marca depoimento de Guedes para 10 de novembro
O ministro terá que atender outras duas convocações: uma para se explicar no plenário da Câmara e outra para depor à Comissão de Trabalho
O depoimento do ministro da Economia Paulo Guedes à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados já tem data para ocorrer: 10 de novembro, segundo informou ao Poder360 o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que presidente o colegiado.
Guedes terá que comparecer à Câmara para explicar a offshore mantida por ele em paraíso fiscal mesmo sendo ministro da Economia e tendo poderes para influenciar nos rendimentos de sua empresa no exterior.
O caso foi revelado pelo Pandora Papers, uma apuração conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que mostrou que o ministro mantinha 9,5 milhões de dólares em uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas. O valor, que correspondia a 35 milhões de reais, atualmente representa 51 milhões de reais.
A suspeita é de que Guedes tenha se beneficiado do cargo para enriquecer e valorizar o seu patrimônio no exterior. De acordo com o requerimento que solicitou a convocação do ministro, é possível que o titular da pasta tenha cometido crimes tributários, de responsabilidade ou de improbidade.
O ministro ainda terá que atender outras duas convocações da Câmara, uma para se explicar no plenário da Casa e outra para depor à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Nesses casos, as datas ainda não foram confirmadas.
No dia 10 de novembro, Guedes também deverá explicar aos deputados porque solicitou ao Ministério do Meio Ambiente flexibilização nas regras ambientais no Brasil.
O ministro é obrigado a comparecer no depoimento, sob risco de cometer crime de responsabilidade caso não vá até à Câmara dos Deputados.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
