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Pacheco diz que comportamento de Bolsonaro pode ter estimulado atos golpistas de 8 de janeiro
Segundo presidente do Senado, o terrorismo em Brasília teve ‘pretensão concreta de implantar uma ditadura no País
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou neste domingo 29 que o comportamento de Jair Bolsonaro (PL) durante o período pós-eleitoral pode ter sido um fator estimulante para os terroristas que tentaram dar um golpe no dia 8 de janeiro. A visão foi compartilhada pelo senador em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
“Foram comportamentos evitáveis para um presidente da República e que podem ter sim estimulado essa divisão no Brasil, a ponto de se ter o extremismo que culminou no ato de 8 de janeiro”, avaliou Pacheco.
Segundo defendeu o político mineiro, Bolsonaro não foi capaz de conter o radicalismo de seu grupo de apoiadores e, por isso, pode ter motivado os atos terroristas. Ele diz, porém, que o papel final de Bolsonaro precisa ser apurado antes de se chegar a uma conclusão definitiva. Ainda de acordo com o senador, o episódio terrorista, definitivamente, teve o objetivo de romper com a democracia.
“Eu considero que essa posição firme do Senado em defesa da democracia é o grande legado que o Senado deixa para essa quadra histórica e triste do Brasil, em que houve a pretensão concreta da ruptura institucional e da implantação de uma ditadura”.
O parlamentar condenou ainda a minuta de golpe encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na ocasião dos atos golpistas. Segundo Pacheco, o texto comprova que houve uma preparação de golpe por parte do entorno bolsonarista.
“Havia, de fato, e se comprova hoje isso, um sentimento muito verdadeiro, concreto, real, que não estava no campo das bravatas em relação a atos antidemocráticos e à perspectiva de uma ruptura institucional no Brasil. Tanto que até uma minuta de golpe de Estado foi encontrada. Isso é revelador de que, para além da cogitação, houve de algum modo a preparação para uma ruptura institucional”, avaliou.
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