CartaExpressa

Pacheco defende autonomia do BC e diz que nova discussão representaria um ‘retrocesso jurídico’

Para o presidente do Senado, o foco deve estar em identificar e combater as causas da alta da taxa de juros

Pacheco defende autonomia do BC e diz que nova discussão representaria um ‘retrocesso jurídico’
Pacheco defende autonomia do BC e diz que nova discussão representaria um ‘retrocesso jurídico’
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Foto: Pedro Gontijo/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que “afirmações em relação às pessoas que compõem o Banco Central não contribuem” para as discussões sobre combate à alta da taxa de juros. 

A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo 12.

“É muito mais importante identificarmos as causas do aumento da taxa de juros, e buscarmos atacá-las, do que a rediscussão da autonomia do BC”, afirmou o senador. “Não vejo ambiente para essa discussão. Para muitos, inclusive para mim, poderia representar um retrocesso no ordenamento jurídico brasileiro”.

E complementou: “A alta taxa de juros, que já vem desde o ano passado, é fruto de certa negligência em relação ao controle da inflação e do aumento de gastos públicos”.

A posição de Pacheco vai de encontro a avaliação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a autonomia do Banco Central, aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, “não retroagirá”.

O ponto parece ser um consenso entre a cúpula do governo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já negou a existência de uma discussão no governo sobre reversão da autonomia do órgão.

No início do mês, o presidente Lula (PT) reforçou durante a posse de Aloizio Mercadante que “o problema não é de banco independente, não é de banco ligado ao governo. O problema é que este País tem uma cultura de viver com os juros altos”. 

Neste momento há uma frente mobilizada para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, explique à Câmara os motivos da alta da taxa de juros. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo