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Os três motivos do fracasso das lives de Bolsonaro na audiência

Participação do ex-presidente Lula no podcast Podpah superou por muito os números da live semanal do ex-capitão

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O chefe da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, apontou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo alguns motivos que levaram a live do presidente Jair Bolsonaro perder na audiência para a entrevista do ex-presidente Lula ao podcast Podpah.

Para ele, as lives semanais têm apresentado saturação do formato por: 1) as notícias do presidente já não são tão auspiciosas, 2) cansaço do público, 3) Bolsonaro não consegue transmitir empatia, especialmente em relação às camadas que mais têm sofrido com a crise.

De acordo com um monitoramento da Dapp/FGV, Lula no Podpah alcançou mais de 50 mil menções no Twitter por hora, com pico de 10.759 menções às 20h. No mesmo horário, Bolsonaro teve um pico de 4.050 menções.

“O Bolsonaro é um político carismático também, mas não consegue transmitir empatia, principalmente com as camadas que estão sofrendo mais com a crise econômica. O Lula consegue ser muito mais empático ao segmento hipossuficiente, que cresceu muito no Brasil. E isso faz uma diferença grande”, disse Ruediger ao jornal.

“A estratégia do Bolsonaro e do campo da direita é falar com a própria bolha, manter esse mínimo sólido e evitar a invasão de candidaturas oportunistas, como a de Sergio Moro (Podemos), que possam invadir a direita e tirar pedaço desse apoio. Eles precisam manter 20%, 25% de apoio para chegar ao 2º turno em 2022”, acrescenta.

Por outro lado, segundo o especialista, a participação de Lula no podcast pode marcar um novo momento da esquerda nas redes sociais.

“Ele [Lula] estava relaxado, brincando, falando em uma linguagem bastante acessível, e ao mesmo tempo tocava em questões bastante sensíveis que o brasileiro vive. É uma outra forma de diálogo. Os entrevistadores [Igão e Mítico] são muito mais jovens, e obviamente têm uma linguagem totalmente diferente, a forma de condução é distinta. O Lula não ficou na formalidade do espaço tradicional de um espaço na televisão. É uma forma de construção, estava muito relaxado e à vontade”, disse o pesquisador.

 

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