CartaExpressa

O sinal de Lula ao pedir para Haddad e Tebet ‘acompanharem’ a atuação de Campos Neto no BC

Cabe ao Conselho Monetário Nacional uma das poucas modalidades que poderiam levar à queda do comando da instituição

O sinal de Lula ao pedir para Haddad e Tebet ‘acompanharem’ a atuação de Campos Neto no BC
O sinal de Lula ao pedir para Haddad e Tebet ‘acompanharem’ a atuação de Campos Neto no BC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Sergio Lima/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) estimulou, nesta terça-feira 7, que os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, mantenham-se atentos ao trabalho do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alvo de críticas devido à manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

“Naquele tempo, era fácil jogar a culpa no presidente da República. Agora, não. A culpa é do Banco do Central. Agora, é o Senado que pode trocar o presidente do Banco Central”, disse o petista durante café da manhã com jornalistas da mídia independente, em Brasília. “Eu espero que o [Fernando] Haddad esteja acompanhando, a Simone [Tebet] esteja acompanhando e que ele próprio [Campos Neto] esteja acompanhando a situação do Brasil.”

Segundo a Lei Complementar 179/2021, que instituiu a chamada autonomia do Banco Central, cabe ao Conselho Monetário Nacional uma das poucas modalidades que poderiam levar à queda do comando da instituição. Formam o CMN, justamente, os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do BC.

A legislação estabelece que o presidente e os diretores podem ser exonerados “quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central”.

Neste caso, o CMN deveria submeter ao presidente da República a proposta de exoneração, cuja aprovação, no entanto, dependeria de maioria absoluta no Senado.

Ainda que houvesse esse improvável desfecho, porém, Lula não indicaria o substituto de Campos Neto, cujo mandato só se encerraria em 2024. Em hipótese de afastamento, a presidência seria ocupada interinamente pelo diretor com mais tempo no cargo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo