O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciou “para fora da bolha” no Jornal Nacional, da TV Globo, e teve desempenho superior ao de Jair Bolsonaro (PL). Poderia, porém, ter detalhado respostas sobre corrupção na Petrobras e escolha do procurador-geral da República. A avaliação é do cientista político Cláudio Couto, da FGV-EAESP.
Ao analisar a Lava Jato, o petista deveria, na opinião de Couto, “ter mencionado que vários daqueles que devolveram dinheiro eram servidores de carreira da Petrobras” e ressaltado “os mecanismos criados no governo dele para prevenção da corrupção”.
“A resposta de que mais gostei foi aquela referente à ideia do ‘nós contra eles’, quando ele faz uma defesa da divergência como algo positivo, saudável, necessário, e usa a imagem das torcidas de futebol, ponderando que a torcida organizada não representa o todo”, disse Couto em contato com CartaCapital.
Lula também se saiu bem ao reforçar que sua política econômica difere daquela aplicada por Dilma Rousseff e ao citar os partidos comunistas de Cuba e China para, na sequência, dizer que em democracias a situação é diferente. Trata-se, segundo a análise de Cláudio Couto, de uma forma de rechaçar as tentativas de associar o PT a autoritarismos de esquerda.
“Lula conseguiu falar para fora da bolha”, resumiu o cientista político. “Ele pode não ter feito uma goleada, mas sai com um resultado mais positivo que um empate. Bolsonaro empatou, enquanto entendo que o Lula ganhou. Talvez tenha feito um 2 a 0, se a gente for pensar em uma imagem sobre placar de futebol.”
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