O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que bateu boca com Arthur Lira (PP-AL) ao dizer que o presidente da Câmara não tinha vergonha, reforçou as críticas nesta quarta-feira 1 mesmo após as ameaças de ser levado ao Conselho de Ética da Casa.
Na terça-feira 31, o parlamentar do PSOL usou o seu tempo para atacar Lira, que pretende fazer avançar um projeto que tira o controle acionário da Petrobras do governo federal.
“A pergunta que eu fiz no microfone eu faço novamente: o senhor não tem vergonha, não? É pecado perguntar se o senhor não tem vergonha?”, questionou Braga após ser repreendido por Lira. “Lamentável não é a minha indignação, lamentável é o senhor se sentir à vontade para, no ano de 2022, como presidente da Câmara, trair e entregar o patrimônio brasileiro fingindo que está fazendo bem à população brasileira.”
Em conversa com CartaCapital, o psolista disse que o objetivo de Lira ” é a privatização e a entrega do poder de administração do comando da Petrobras para o setor privado”.
“Ele está articulando para aprovar a toque de caixa a colocação no plenário da Câmara um projeto que privatiza a Petrobras, entregando o controle acionário de administração ao setor privado em uma votação por maioria simples”, declarou à reportagem. “Isso é um crime de lesa-pátria, é um absurdo total”.
Em entrevista recente, Lira defendeu a privatização da petroleira, mas reconheceu que não há condições no momento devido à “polarização” que o País atravessa.
“Se não houver mobilização popular e pressão ele vai tentar passar o rolo compressor utilizando emendas do orçamento secreto e o poder e influência que ele tem na Câmara para aprovar esse absurdo”, avaliou Braga.
Sobre a ameaça de ser levado ao Conselho de Ética, o deputado disse que não mudará sua postura “de jeito nenhum”.
“Vamos continuar combatendo o que essa representação da política mais vil que quer detonar tudo e destruir o Brasil. Não vamos recuar em nada”, afirmou. “O [ex-presidente da Câmara Eduardo] Cunha também tentou me processar no STF, os aliados do [ex-juiz Sergio] Moro me levaram no mesmo Conselho de Ética e não é esse tipo de ameaça que vai me intimidar”.
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