O Ministério Público do Distrito Federal apresentou na terça-feira 7, um parecer à Justiça pela condenação do ex-piloto Nelson Piquet em razão de declarações preconceituosas contra o piloto Lewis Hamilton.
Em entrevista ao canal Motorsports Talks, Piquet se referiu a Hamilton como ‘neguinho’ e disse que ele ‘devia estar dando mais c* naquela época’, para ter obtido aquele nível de sucesso.
Após a repercussão da declaração nas redes sociais em novembro de 2022, as entidades Educafro, Centro Santos Dias, Aliança Nacional LGBTI+ e Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas entraram com ação civil pública contra Piquet por racismo e homofobia.
As organizações também pediram indenização de 10 milhões de reais como forma de reparação por danos morais coletivos.
Na decisão, o MP confirma que houve “violações aos direitos da vítima e da população negra e LGBTQIA+, considerando tanto o plano das normativas internacionais quanto nacionais”.
Para a promotora responsável, a atitude do ex-piloto “traduz claramente a sua concepção do profissional de cor negra, incapaz de ser bem-sucedido em razão de sua competência, fazendo-se necessária a utilização de outros meios, tais como a subjugação, a humilhação e a inferiorização diante de pessoas brancas que seguem os padrões heteronormativos”.
A ação segue para a 20ª Vara Cível de Brasília.
O segundo procedimento investigatório criminal instaurado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para apurar a injúria racial, foi arquivado por desinteresse do piloto Lewis Hamilton.
Na época do vídeo, Hamilton declarou que o comentário de Piquet representa “mentalidades arcaicas” que “não têm lugar no nosso esporte”.
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