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Mourão pede a Milei que Argentina dê asilo político aos foragidos do 8 de Janeiro

Senador considera que fugitivos ‘não confiam mais na Justiça brasileira’ e por isso teriam cruzado a fronteira com o país vizinho

Mourão pede a Milei que Argentina dê asilo político aos foragidos do 8 de Janeiro
Mourão pede a Milei que Argentina dê asilo político aos foragidos do 8 de Janeiro
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Foto: Pedro França/Agência Senado
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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) pediu ao presidente da Argentina, Javier Milei, que conceda asilo político aos mais de 60 condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro que fugiram para o país vizinho.

O ex-vice-presidente durante o governo Jair Bolsonaro (PL) fez o pedido via publicação na rede X, o antigo Twitter. Na mensagem direcionada ao político de direita, Mourão alega que os condenados seriam pessoas que “não confiam mais na Justiça brasileira” e por isso teriam cruzado a fronteira. 

Na publicação, Mourão também afirmou que a captura dos presos é “desejada” pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e revelaria o que chamou de “viés autoritário e persecutório da esquerda no poder”.

Há, no entanto, uma imprecisão na afirmação do senador ao relacionar o caso com o governo federal, uma vez que quem solicita a extradição dos condenados e investigados são órgãos da Justiça brasileira e não diretamente o Planalto, como dá a entender a postagem do político bolsonarista.

Até o momento, 116 pessoas já  foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos atos golpistas do ano passado. 

Parte dos condenados pediu refúgio ao governo Milei. Na última segunda-feira, o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, afirmou que os casos serão analisados individualmente.

Na Argentina, casos dessa natureza são analisados de maneira sigilosa pela Comissão Nacional para Refugiados (Conare).

O país governado por Milei, importante ainda lembrar, é signatário, desde os anos 1960, de um tratado bilateral que permite a entrega de fugitivos ao Brasil. Esse acordo foi reafirmado pelos dois países ao ingressarem no Mercosul, em 1998. 

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