CartaExpressa
Mourão confirma candidatura ao Senado pelo RS: ‘Agora é só questão de partido’
O militar é filiado ao PRTB e havia uma possibilidade, ainda que remota, de repetir a dobradinha com Jair Bolsonaro (PL)


O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, confirmou nesta sexta-feira 11 que pretende disputar uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito em uma breve conversa com jornalistas em Brasília.
O repórter iniciava a pergunta que buscava repercutir declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao jornal O Globo e foi interrompido por Mourão devolvendo um questionamento: ‘[Flávio deu entrevista] dizendo que sou candidato ao Senado do Rio Grande do Sul?’.
O repórter responde então negativamente e, em tom descontraído, muda a questão: “então o senhor é candidato ao Senado?”.
“O senador [Flávio Bolsonaro] andou falando aí…[A decisão sobre isso] será comunicada brevemente. Mas já tomei a decisão”, respondeu Mourão tentando desviar do assunto.
Outro jornalista então questiona se a máscara usada pelo general com a bandeira do RS era um indicativo da decisão. Ele responde rindo: “Lógico, né?”.
“É por aí [concorrer ao Senado], agora é só uma questão de partido”, disse Mourão antes de finalizar o assunto.
Atualmente o militar é filiado ao PRTB e havia uma possibilidade, ainda que remota, de repetir a dobradinha com Jair Bolsonaro (PL). A relação, no entanto, nunca foi das melhores. Os dois já se entraram em contradições públicas em inúmeras ocasiões. Bolsonaro chegou a dizer que o general ‘atrapalhava’ sua gestão e seria como um ‘cunhado, que ele não gosta, mas precisa aturar’.
Com o anúncio de Mourão, a vaga de vice na chapa de Bolsonaro segue em aberto. Dois outros generais estariam na disputa: Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa, e Augusto Heleno, que comanda o Gabinete de Segurança Institucional. Corre por fora a ministra Tereza Cristina, da Agricultura.
Bolsonaro constantemente se nega a dar indicações de quem deve ser o escolhido. Sobre o tema, o ex-capitão disse que irá divulgar o nome aos ‘48 do segundo tempo’, mas que ‘será alguém do meio’. A indicação, segundo ele, não irá surpreender.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Mourão diz que Braga Netto é ‘extremamente capacitado’ para ser vice de Bolsonaro
Por CartaCapital
Mourão descarta episódio semelhante à invasão do Capitólio no Brasil
Por Estadão Conteúdo