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Moro volta a atacar ministros do STF: ‘O crime nunca desiste’

Em vídeo publicado nas redes sociais, ex-juiz diz que ‘o crime nunca desiste’, alegando que ‘alguns ministros’ fariam parte de um ‘movimento de poderosos’ para ‘destruir a Lava Jato’

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP via Getty Images
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O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) voltou a atacar, nesta quarta-feira 4, ministros do Supremo Tribunal Federal – dias após o Comitê de Direitos Humanos da ONU corroborar a parcialidade dos seus julgamentos na Operação Lava Jato, conforme deliberou a Suprema Corte brasileira ao anular as sentenças do ex-juiz na operação.

Nesta quarta 4, em um vídeo publicado nas redes sociais, Moro insinua, sem nomear diretamente a quais ministros se refere, que ‘alguns membros’ do tribunal fariam parte de uma organização criminosa formada para ‘desacreditar’ e ‘destruir’ a Lava Jato. A força-tarefa montada pela operação foi encerrada em fevereiro de 2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), do qual Moro foi ministro da Justiça por mais de um ano.

“O crime nunca desiste. E, agora, tem um movimento de algumas pessoas poderosas, incluindo alguns ministros do Supremo, para desacreditar e destruir de vez a Lava Jato. Querem anular condenações baseadas em fatos e provas concretas, como por exemplo, pagamento de propinas e subornos. Aliás, já começaram a fazer isso”, acusa Moro no vídeo.

No ano passado, o STF declarou que Moro foi parcial ao julgar o petista no processo do tríplex do Guarujá, o mais famoso contra o ex-presidente. Desde então, mais de 20 casos decisões favoráveis a Lula foram proferidas pela Justiça. Para além de Moro, sua substituta na 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, também teve decisões anuladas pelo Supremo.

Em outro momento do vídeo, o ex-juiz cita então que a operação teria recuperado mais de 6 bilhões de reais aos cofres públicos. Ele omite, no entanto, os dados revelados por um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apontam que a operação causou um prejuízo de 172,2 bilhões de reais em investimentos, que deixaram de ser feitos no Brasil.

Ao todo, de acordo com o estudo, os cofres públicos deixaram de arrecadar 47,4 bilhões em impostos, sendo 20,3 bilhões em contribuições sobre a folha de salários nos 4,4 milhões de empregos perdidos pelos efeitos da operação. Os dados constam no pedido de reparação aos cofres públicos feito por cinco deputados federais na última semana contra Moro.

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