CartaExpressa
Moraes suspende concursos para a PM do Ceará por limitarem vagas de mulheres
A decisão, válida para a seleção de soldados e segundos-tenentes, foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu concursos para a Polícia Militar do Ceará.
A decisão, válida para a seleção de soldados e segundos-tenentes, foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República, devido à restrição de 15% da participação de mulheres. A limitação está baseada em uma lei estadual.
Moraes reforçou nesta quinta-feira 7 que essa restrição para mulheres em concursos, sem uma justificativa razoável, afronta a igualdade de gênero.
“A desigualdade inconstitucional na lei se produz quando a norma distingue de forma não razoável ou arbitrária um tratamento específico a pessoas diversas”, escreveu o ministro. “Para que as diferenciações normativas possam ser consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e razoável.”
Em outubro, a PGR apresentou 14 ações contra leis que limitam a participação de mulheres em concursos públicos para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Liminares de ministros do Supremo já suspenderam concursos da PM no Pará, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Dino é o 1º senador indicado para ministro do STF desde 1994
Por CartaCapital
Câmara Municipal de Curitiba aprova moção contra Dino no STF
Por CartaCapital
STF tem maioria para devolver os julgamentos de ações penais às turmas
Por CartaCapital