CartaExpressa
Moraes nega pedido da CGU para ter acesso integral a provas contra Bolsonaro no caso das joias
O ministro negou o compartilhamento das provas em razão da existência de diligências em andamento


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido da Controladoria-Geral da União para acessar mensagens, dados e depoimentos obtidos ao longo da investigação que mira um esquema ilegal de venda de presentes oficiais durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão foi assinada nesta segunda-feira 23. O argumento utilizado pelo magistrado é que compartilhar o conteúdo da investigação “se revelaria absolutamente prematuro, em razão da existência de diligências em andamento“. A Procuradoria-Geral da República também defendeu a rejeição do pedido.
“A concessão de cópia integral para instrução de procedimento de natureza e jurisdição diversa poderá, nessas circunstâncias, comprometer a realização de diligências que ainda estejam pendentes de cumprimento pela autoridade policial”, sustentou o procurador-geral Paulo Gonet no parecer.
O pedido da CGU chegou no gabinete de Moraes no início do mês. O ministro Vinícius Marques de Carvalho solicitou o acesso aos elementos colhidos no decorrer da investigação para embasar um procedimento administrativo disciplinar aberto no órgão para apurar a entrada das joias no Brasil e as tentativas de auxiliares de Bolsonaro para reavê-las após apreensão do Fisco.
Justificou a Controladoria: “Tais elementos de prova são imprescindíveis para análise do caso, de modo a possibilitar a esta CGU a adoção das providências cabíveis para a promoção da responsabilização administrativa dos agentes públicos federais envolvidos”.
No final de agosto, Gonet pediu informações complementares à Polícia Federal sobre o caso das joias sauditas. A corporação enquadrou o ex-presidente em três crimes: associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A agenda de Lula em Nova York, um dia antes da Assembleia Geral da ONU
Por CartaCapital
Bolsonaro critica Marçal e diz que entende Datena por cadeirada em debate
Por Wendal Carmo