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Morador do Alemão entra com ação contra Bolsonaro no STF por associar ‘CPX’ a facções
A defesa sustenta que o presidente da República cometeu crime de injúria
O administrador João Pedro de Souza Silva, morador do Complexo do Alemão, no Rio, entrou com uma queixa-crime contra o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), no STF por injúria.
A defesa alega que o ex-capitão cometeu crime de injúria aos moradores da região por associar à sigla “CPX” – abreviação da expressão “Complexo de Favelas” – ao crime organizado e tráfico de drogas.
“O que é conhecido, ofende a reputação dos moradores do Complexo do Alemão”, afirma Silva na ação.
A queixa-crime é relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski.
A declaração aconteceu após um evento de campanha do ex-presidente Lula na região, no dia 12 de outubro. O candidato petista apareceu usando um boné com a sigla e horas depois, publicações falsas começaram a usar imagens do evento para associá-lo ao narcotráfico.
No processo, Silva cita a fala de Bolsonaro no debate da TV Bandeirantes, quando disse a Lula que havia participado de uma agenda com moradores do complexo de favelas sem a presença de policiais, onde “só tinha traficante”.
Além disso, relembra a ocasião em que o ex-capitão se confundiu entre o Complexo do Salgueiro e do Alemão.
“Eu conheço o Rio de Janeiro, o senhor esteve atualmente no Complexo do Salgueiro. Não tinha nenhum policial ao seu lado. Só traficante. Tanto é verdade, a sua afinidade com traficantes, com bandidos, que nos presídios do Brasil, a cada cinco votos, o senhor teve quatro votos”, afirmou Bolsonaro.
Em outra ocasião, em discurso a apoiadores no Piauí. Ele cita a mesma associação falsa: “[Lula] não olhou para o seu povo, não olhou para os mais pobres. […] Olhou apenas para os seus amigos, os seus cupinchas, os seus CPX e nada fez pela nossa pátria”.
Sobre os casos, a ação afirma que: “Mesmo depois de ter tido tempo suficiente para informar sobre o real significado de ‘CPX’, o querelado contínuo desqualificando durante o debate todos os moradores e participantes do ato realizado na agenda de campanha do candidato Lula, afirmando que ao lado dele só havia ‘traficante'”.
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