CartaExpressa
Ministro do Turismo repete fake news que ligam Bolsonaro a recuo de tropas russas
Gilson Machado também declarou que ‘o russo tem vontade de conhecer Pirenópolis’


O ministro do Turismo, Gilson Machado, repetiu a insinuação de que a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Moscou teria alguma relação com a suposta retirada de parte das tropas russas da fronteira com a Ucrânia.
“O Brasil é um país historicamente conciliador. Sempre tivemos grandes exemplos de grandes diplomacias por outros presidentes, de problemas mundiais que conseguimos resolver. E foi um momento em que o presidente chegou lá e levou uma mensagem de paz para o presidente Putin. Graças a Deus, já foram retiradas as tropas e não se fala mais em guerra”, disse Machado em entrevista coletiva.
“Se fala, sim, em evolução do mercado, evolução da vocação econômica que o Brasil tem de exportação econômica de produtos alimentícios para a Rússia, também. E brevemente também teremos turismo. Porque o russo tem vontade de conhecer a praia, tem vontade de vir pro Nordeste, tem vontade de conhecer Pirenópolis, tem vontade de conhecer a Chapada. E vamos mostrar isso para o mundo todo”, completou.
Na quarta-feira 16, ainda em Moscou, Bolsonaro declarou a jornalistas: “Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”.
O anúncio de recuo de tropas russas veio na madrugada de quarta, pelo horário de Brasília. O governo Putin comunicou o fim de manobras militares e, por consequência, a retirada de parte de seu contingente da península da Crimeia, onde a presença de soldados alimentou os temores de uma invasão.
Os Estados Unidos e outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, porém, contestam os comunicados do governo russo. “Diga claramente. Diga claramente para o mundo. Mostre enviando suas tropas, seus tanques, seus aviões, de volta aos seus quartéis e hangares, e enviando seus diplomatas para a mesa de negociações”, disse à imprensa nesta quinta o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Rússia anuncia nova retirada de tropas da fronteira com Ucrânia; Ocidente mantém ceticismo
Por AFP
EUA alegam que Rússia aumentou em 7 mil soldados seu contingente na fronteira com a Ucrânia
Por CartaCapital
‘Ele mexe nas redes sociais’, diz Bolsonaro ao justificar presença de Carlos em viagem à Rússia
Por CartaCapital