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Militares foram investigados 278 vezes por suspeitas de desvios

As suspeitas investigadas vão desde desvios de alimentos, passando por fraudes em obras e até grandes desvios de combustíveis

Foto: Alexandre Manfrim/Ministério da Defesa
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As Forças Armadas foram alvo de 278 apurações pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeitas de desvios de dinheiro e prejuízos aos cofres públicos nos últimos 20 anos. Os dados foram levantados pelo jornal O Estado de S. Paulo e foram divulgados nesta segunda 26.

As mais de duas centenas de processos são referentes às Tomadas de Contas Especiais, as chamadas TCEs, de unidades militares e do Ministério da Defesa. Ao todo, a Corte tem 2.743 processos do tipo abertos, o que faz com que as apurações contra os militares representem nada menos do 10% das ações.

As suspeitas investigadas são as mais diversas possíveis e vão desde desvios de alimentos, passando por fraudes em obras e até grandes desvios de combustíveis de navios da Marinha.

A lista inclui também dezenas de casos de pagamentos indevidos de pensões. Pelo menos 52 das apurações versam sobre o tema. Reportagem recente mostrou que filhas de militares chegam a receber benefícios de 117 mil reais por mês. Ao todo, a União gastou mais de 19 bilhões com as pensões em 2020.

Recentemente, o TCU passou a apurar o desvio de mais de 4 milhões de reais que deveriam ter sido gastos pelos militares no combate ao coronavírus. O dinheiro teria sido usado em obras e compra de materiais que em nada tem relação com o enfrentamento da doença. A investigação busca ainda explicações para outros 9,6 milhões que podem ter sido gastos de forma indevida pelas Forças Armadas.

Segundo o levantamento, das 278 apurações apenas 77 foram concluídas. Até o momento, apenas 73 militares foram punidos com multas e obrigação de reparar o dano.

As suspeitas de corrupção envolvendo militares no governo Bolsonaro na compra de vacinas também causaram tensão nos últimos meses.

Após a CPI da Covid revelar o envolvimento de diversos integrantes das Forças Armadas nos supostos desvios, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou o que chamou de ‘lado podre’ dessas instituições.

No mesmo dia, o alto comando militar e o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, publicaram nota em tom de ameaça ao Congresso. A posição não foi bem recebida por parlamentares, instituições e lideranças de todo o Brasil.

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