Horas depois ser xingado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou ser “um ator institucional, não político” e não ter interesse em cultivar polêmicas pessoais.
“A conquista e preservação da democracia foram causas da minha geração. Não paro para bater boca. Meu universo vai muito além do cercadinho”, disse Barroso, sem citar Bolsonaro, em evento promovido pelo Insper, do qual participaram seus colegas Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Segundo Barroso, que ocupa a presidência da TSE, “alguma coisa parece não estar indo bem no mundo em relação à democracia”. Ele analisou o cenário de países que estariam passando por uma “recessão democrática”, como Polônia, Hungria e Rússia. Não mencionou, no entanto, o Brasil.
“Em alguns países se criou também a mentirocracia, que é a difusão da inverdade e das narrativas falsas como método de governo e estratégia de manipulação das massas. Criam-se milícias de fanáticos e de mercenários que vivem de disseminar ódio, desinformação e teorias conspiratórias com o propósito de enfraquecer as instituições”, acrescentou o magistrado.
Nesta sexta, além de insistir na divulgação de fake news contra Barroso durante evento com empresários em Joinville (SC), Bolsonaro xingou o ministro em contato com apoiadores catarinenses.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais pela própria equipe de Bolsonaro (e depois deletado), o presidente cumprimenta apoiadores em Joinville e chama Barroso de “filho da puta”. Nesse trecho, ele ainda dá a entender que o magistrado teria enviado pessoas ao local para atacá-lo.
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