Médicos acionam o CFM e cobram abertura de processo contra Queiroga

Profissionais atestam que medidas do ministro foram 'inconsistentes', contrariando a robustez de posições técnicas e científicas

Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga Foto: Evaristo Sá/AFP

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Ex-presidentes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo solicitaram a abertura de de um processo ético-profissional contra o médico e ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O pedido foi encaminhado ao Conselho Federal de Medicina.

No centro da demanda está a postura do ministro em relação à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Os médicos apontam que as medidas apresentadas por Queiroga para adiar a resolução sobre imunizar as crianças  – como consulta pública e audiência – foram ‘inconsistentes’, contrariando a robustez das posições técnicas e científicas a respeito.

“As crianças desta faixa etária recebem tal vacina desde início de novembro nos EUA e meados de novembro na Europa, tão logo as agências reguladoras destas localidades aprovaram seu uso. (…) Portanto, não se sustenta qualquer preocupação relevante com a segurança (conforme já assegurou a ANVISA, órgão competente para tanto) e demonstra desconsideração do profissional com o conhecimento existente”, apontam os profissionais.

No documento, os profissionais enumeram as infrações que Queiroga, como médico, teria cometido contra o Código de Ética Médica.

Ao pedirem uma investigação sobre as posições e atitudes de Queiroga, os médicos adiantam que o entendimento do coletivo é o de que não cabe justificativa para que o ministro continue a exercer uma função de agente público. “Antes de ministro, o representado é médico, que, como todos nós, está submetido aos mesmos ditames éticos, que devem ser assumidos e confirmados em seu juramento médico.”


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