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Médico da Prevent Senior escolhia plantonistas pela beleza, diz advogada a CPI
Segundo o relato de uma médica, uma profissional foi demitida por estar ‘fora dos padrões de beleza do superior’


A CPI da Prevent Senior, na Câmara Municipal de São Paulo, recebeu denúncias de assédio relacionadas a médicos da operadora nesta quinta-feira 21. Os casos foram relatados pela advogada Bruna Morato, que contribuiu com a elaboração de um dossiê que menciona, além da prescrição de remédios sem eficácia, a ocultação de óbitos por Covid-19.
A advogada narrou a denúncia de que um médico da operadora usava o cargo para escolher mulheres plantonistas pela beleza. A informação é de que o profissional seria um diretor e repetia a conduta em várias unidades da rede. Ao menos seis mulheres teriam sido vítimas de comentários do médico, mas não registraram boletim de ocorrência.
Morato afirmou que uma médica coordenadora da equipe chegou a fazer uma denúncia ao setor de compliance da empresa depois que uma colega foi demitida por estar “fora dos padrões de beleza do superior”. Após o registro da reclamação, a médica também teria sido demitida.
Já o suposto responsável, segundo a advogada, teria recebido um cargo em um grupo no qual se reúnem as principais lideranças médicas e administrativas da Prevent Senior, chamado de “Pentágono”.
“A prática começava com elogios no Instagram e evoluíam para afirmações mais fortes e contundentes no pessoal. As que tentavam reprimir essas ações recebiam punições. Eram retiradas de alguns plantões ou eram pressionadas a fazer coisas que não queria fazer”, declarou a advogada, que entregou documentos aos vereadores.
Em nota, a Prevent Senior afirmou que o compliance investigou o caso e que o diretor clínico permaneceu afastado de suas funções durante a investigação. A operadora alega, porém, que não há indícios que sustentem as acusações.
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