O ex-presidente Lula (PT) ressaltou que antes de qualquer condenação do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso pela Polícia Federal na quarta-feira 22, é preciso que ele seja investigado.
Em entrevista à Rádio Difusora de Manaus (AM) nesta quinta-feira 23, o petista pontuou, no entanto, que Ribeiro foi um ministro ruim.
“Aquela reunião distribuindo dinheiro para pastor é uma vergonha nacional”, afirmou Lula. “A prisão depende de apuração, de prova. Você não pode prender porque vai prender. Não. Você tem prova contra o cidadão? Está provado que ele roubou? Você faz um processo e aí a Justiça decide se vai prender ou não. Eu defendo o direito à defesa para todo mundo”.
A operação contra Ribeiro foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a sua gestão no MEC.
Na conversa, o ex-presidente, que foi condenado à prisão pelo ex-juiz Sergio Moro em 2017 no âmbito da Operação Lava Jato, declarou ainda que “o direito à defesa é um valor monumental da democracia neste País”.
“Eu não sei se (ele) já foi investigado, se tem uma autorização da Justiça para prender. Mas que ele foi um ruim ministro da Educação, ele foi”, acrescentou Lula sobre o ex-ministro.
O PT, logo após a detenção de Ribeiro, protocolou no Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime em que pede uma investigação do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as suspeitas que recaem sobre o ex-ministro.
Na ação, partido diz que presidente ‘tinha total controle e dominava toda a empreitada delituosa’ no Ministério da Educação.
Mortes de Dom e Bruno
Na conversa, o petista ainda criticou as políticas públicas do governo federal para a Amazônia, prometeu reunir os presidentes de países que fazem fronteira com o Brasil para debater o combate ao tráfico na região e garantiu que não haverá mineração em terras indígenas.
“A política dele não é cuidar, é descuidar, não é preservar, é desmatar”, disse Lula sobre Bolsonaro. “Um presidente que vai a Manaus fazer motociata da forma mais irresponsável possível”, comentou o ex-presidente sobre a falta de empatia do ex-capitão aos assassinatos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araujo.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login