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Lula rebate críticas sobre articulação: ‘A gente não negocia com o Centrão, mas com os partidos’

Segundo presidente, maioria é necessária para votar questões que o governo considera importante para o País e, sem isso, ‘você se mata’

Foto: Reprodução/YouTube
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, nesta terça-feira 11, as críticas sobre a articulação de sua equipe de governo com membros do Centrão, em especial, na negociação para aprovação da reforma tributária. Em nova transmissão da live Conversa com o Presidente, o petista negou negociações com o grupo e afirmou que seu governo só conversa com partidos políticos.

“A gente não negocia com o Centrão”, afirmou o presidente. “O Centrão não é um partido político. Ele se junta em função de determinadas coisas. Mas, habitualmente, você negocia com os partidos. Seria importante que a gente não precisasse negociar”, disse Lula, ao reconhecer, porém, que “não é assim”. Por isso, segundo o presidente, é preciso “estar aberto a conversas”.  

Na declaração, Lula tratava das articulações realizadas para a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. O presidente reconheceu que a necessidade de se negociar com os congressistas de ideologias distantes do seu governo se deve, principalmente, pelo fato de que os partidos de centro-esquerda não compõem maioria no Parlamento. Para Lula, sem maioria, “você se mata”.

“Um partido que ganha as eleições, ele precisa construir uma maioria para ele governar o Brasil”, afirmou Lula. “O que é uma maioria para governar? É para você ter tranquilidade de votar as coisas que o governo considera que são importantes para o país, para a sociedade brasileira. Você tem que ter uma maioria, porque, se não, você se mata”, observou o presidente. 

Desde o início do mandato, em janeiro, o governo já empenhou 16,3 bilhões de reais em emendas a parlamentares. Do total, 7,5 bilhões foram empenhados em julho, mês de votação da reforma tributária na Câmara. O valor efetivamente pago, até o início desta semana, soma 10,9 bilhões de reais. A maior parte do montante pago diz respeito a valores já prometidos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), embora não exclua da conta valores liberados na atual gestão. 

As emendas em questão são recursos públicos com previsão legal de serem indicados a parlamentares e, tradicionalmente, é um ativo-chave nas negociações entre o Planalto e o Congresso Nacional. Ainda no quesito articulação, o governo tem insistido na possibilidade de negociar mais espaços para partidos que ainda não se aproximaram definitivamente do governo. Em outra frente, Lula já aceitou a mudança no Ministério do Turismo, o que na prática dá mais poder ao Centrão na sua equipe. Agora o presidente lida com a pressão por novas trocas em outras pastas e estatais.

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