CartaExpressa
Lula propõe criar ‘balcão de áreas improdutivas’ para diminuir conflitos pela terra no País
Segundo o presidente, dar condições básicas aos trabalhadores do campo pode diminuir a violência, ‘sem precisar fazer apologia à arma’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que pretende criar uma “prateleira de terras improdutivas e devolutas”, por meio de parcerias com os estados, para solucionar conflitos por terra no país. A declaração foi dada na edição desta terça-feira 17 do programa “Conversa com o Presidente”.
“A gente pode fazer assentamento agrário para quem quiser trabalhar no campo, sem precisar brigar com ninguém”, afirmou Lula. Segundo o presidente, a ideia é se antecipar aos movimentos de ocupação de terras feitos, por exemplo, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fornecendo um panorama das terras improdutivas no país.
Lula abordou a relação entre a agricultura familiar e o agronegócio, ponderando que é preciso defender as duas atividades, nas suas características. Para o presidente, será necessário desenvolver um estoque regulador para o setor.
“Se você estiver, no momento de uma crise, um determinado produto começa a subir muito de preço, você coloca aquele mercado que está estocado para baratear. Se o preço cai demais e o pequeno produtor não tem preço, você garante um preço mínimo para aquele produtor não ter prejuízo na sua roça”, propôs Lula. O presidente chamou a atenção, também, para o fato de que o produtor que exporta deverá estar atento às regras internacionais de controle sobre a origem dos produtos.
Ainda sobre a questão agrária, Lula ressaltou que o mais importante para as pessoas que trabalham no campo é “garantir que os bens essenciais ao ser humano sejam acessíveis: educação, transporte e saúde”. Para Lula, essa garantia pode diminuir os índices de violência no campo, “sem precisar fazer apologia à arma”.
Em abril, a nova edição do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que o Brasil registrou 2.018 casos de conflito no campo em 2022, o que representou um aumento de 10,39% em comparação a 2021. Foram 80 milhões de hectares em disputa em todo o país, envolvendo quase 1 milhão de pessoas.
Relacionadas
CartaExpressa
Em meio à greve de servidores federais, Lula participa de ato do 1º de Maio em SP
Por André LucenaCartaExpressa
Sobe para dez o número de mortos pelas chuvas no RS
Por André LucenaCartaExpressa
Campos Neto diz ser um ‘liberal liberal’, mas ‘mais conservador nos costumes’
Por CartaCapitalCartaExpressa
Relator do Orçamento no Congresso sugere que Haddad leia ‘menos Maquiavel e mais a Bíblia’
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.