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Lula deve ter apoio de 80% dos deputados do PP, estima novo líder do partido na Câmara
Dr. Luizinho pondera, no entanto, que número pode oscilar em projetos mais específicos como o que pauta a volta da contribuição sindical


Com a ida de André Fufuca para o Ministério do Esporte confirmada, Lula deve ter cerca de 80% do apoio dos 49 deputados do PP na Câmara. O cálculo é de Dr. Luizinho, o novo líder do partido na Casa, em entrevista ao site Metrópoles. Ele assumiu a função justamente no lugar de Fufuca.
Na conversa, no entanto, o deputado pondera que o governo pode receber apoio menor em projetos que vão de encontro à linha ideológica do partido. Recentemente o PP aprovou um documento de diretrizes com posições contra aborto e descriminalização de drogas. Há também no texto uma posição contra a contribuição sindical.
“Pautas de interesse do país como um todo, acho que a gente vai entregar entre 35 e 40 votos [cerca de 80% dos deputados]. Se for uma pauta que fere o que a maioria do partido pensa, talvez nenhum [voto]”, calcula Dr. Luizinho ao site.
“O partido, por exemplo, é contra a contribuição sindical obrigatória. Um projeto de contribuição sindical obrigatória, acredito que não vai ter nenhum voto [do partido]. Mas todas as outras pautas que são pautas para o governo e que vão auxiliar o governo a melhorar as condições do país, talvez a gente entregue até todos os votos. Então isso depende muito do que vai o que vai vir em cada um dos projetos”, pondera em seguida.
Segundo o parlamentar, a aproximação em massa ao governo Lula é uma forma de fornecer apoio a Fufuca no Ministério dos Esportes.
“A entrada do ministro Fufuca, nosso antigo líder, no governo mostra que a maioria da bancada do PP quer participar do governo”, explica. “Apesar da entrada do Fufuca e da maioria querendo participar do governo, nós temos um critério de independência”, ressalta logo em seguida.
Na semana passada, CartaCapital mostrou como o PP ainda negocia novos cargos no governo federal. Estão na mira postos na Funasa e Conab nos estados. Caso o pleito seja atendido, a resistência citada por Dr. Luizinho na entrevista tende a ser ainda menor.
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