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Lula destaca diálogo como marca do governo em 2023: Pobre de quem troca por metralhadora
Em última reunião ministerial do ano, presidente tratou das negociações do governo para aprovação de pautas no Congresso


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza, nesta quarta-feira 20, a última reunião ministerial do ano. Na abertura do encontro, Lula elogiou os trabalhos dos ministros e atribuiu a aprovação de medidas no Congresso Nacional, a exemplo da reforma tributária, à “arte da negociação”.
“Negociação, muitas vezes, mal interpretada. Acusada de coisa de menor nível. Dizendo que o governo estava conversando com fulano, com beltrano, que o governo estava conversando com o Centrão”, apontou Lula, que voltou a dizer que o governo “não conversa com o Centrão, conversa com partidos”.
Lula enalteceu o que chamou de “capacidade de negociação” dos líderes do governo no Congresso, assim como do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principalmente pela reforma da reforma tributária.
O presidente disse que é preciso estabelecer como regra “a capacidade de conversação e a capacidade de diálogo”. Lula fez, ainda, uma alusão a governantes que trocam a “mesa de diálogo” por “metralhadora, fuzil ou canhão”.
“Pobre do governante que acha que pode trocar a mesa de diálogo por uma metralhadora, por um fuzil ou por um canhão. Quando se chega a essa tomada de posição, aí a ignorância venceu a inteligência“, disse Lula.
“Aí a gente não pode botar nenhuma palavra ligada à democracia, porque a democracia pressupõe tolerância, convivência democrática na diversidade”, explicou o presidente aos ministros na abertura da reunião.
O encontro desta quarta-feira deve contar com um balanço de gestão feito por cada ministro. Essa parte ocorrerá de forma reservada, sem a presença da imprensa. Lula prometeu um segundo discurso, ao lado do seu vice, Geraldo Alckmin, na hora de encerramento dos trabalhos.
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