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Lula defende a taxação de super-ricos em reunião ministerial do G20
A medida, avalia o presidente brasileiro, seria a saída ideal para financiar ações de combate a mudanças climáticas


Durante sua participação na abertura da reunião ministerial do G20, nesta quarta-feira 25, o presidente Lula (PT) tornou a defender a taxação de grandes fortunas. Para o brasileiro, a medida seria a saída ideal para financiar ações de combate a mudanças climáticas.
“A taxação de super-ricos é uma forma de combater a desigualdade e direcionar recursos para prioridades de desenvolvimento e ações climáticas“, afirmou Lula no evento realizado, pela primeira vez, na sede da ONU, em Nova York.
O projeto tem sido amplamente defendido pelo Brasil nos encontros do G20. Recentemente, a ideia de cobrar mais impostos de bilionários ganhou apoio de países importantes do bloco, como a França, Espanha e Alemanha.
No discurso proferido nesta quarta-feira, Lula voltou, também, a defender uma ampliação da representação de países do Sul Global nos fóruns de decisões internacionais.
“Se os países ricos querem o apoio do mundo em desenvolvimento para o enfrentamento das múltiplas crises do nosso tempo, o Sul Global precisa estar plenamente representado nos principais fóruns de decisão”, cobrou Lula no evento.
O presidente tornou a criticar a atual composição da ONU e anunciou que o Brasil considera apresentar um pedido de revisão na Carta das Nações Unidas. “Podem contar com o Brasil para promover o multilateralismo renovado e revigorado”, disse, após cobrar “coragem e empenho” dos países que integram o grupo.
“O Brasil considera apresentar uma proposta de convocação de uma conferencia de revisão da Carta da ONU, com base no Artigo 109”, anunciou. “Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma, mas precisamos todos concordar que a reforma é essencial e urgente”, completou.
Segundo Lula, a ação visa apresentar uma solução definitiva para o modelo tão criticado por ele ao longo dos últimos dias. “Criticar sem agir é um exercício estéril e que termina em desalento. Mas admitir que há fissuras a serem reparadas é o primeiro passo para construir algo melhor”, finalizou o brasileiro.
Lula, apesar do anúncio, ainda não deu detalhes de quando o País pretende apresentar a proposta.
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