O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira 15 não ver possibilidade de mudar a legislação sobre a chamada autonomia do Banco Central. A taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, está no centro de críticas do presidente Lula (PT) ao comando da instituição.
Segundo o deputado, a autonomia seria “um avanço, uma conquista dos últimos anos”, em linha “com o que o mundo pensa”. A declaração se assemelha ao que tem afirmado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em referência às críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, Lira afirmou que “tratativas públicas não ajudam na macroeconomia, na economia a curto prazo” e que “a gente precisa trazer esse debate para o bastidor, ajustar o que precisa ajustar”.
O presidente da Câmara disse, ainda, não ver em Campos Neto “má vontade, má fé ou burla” e defendeu tratar a política monetária com sensatez. As declarações foram concedidas em evento do banco BTG Pactual.
Em 7 de fevereiro, a bancada do PSOL na Câmara protocolou um projeto de lei para reverter a autonomia do Banco Central. A avaliação é de que a independência “retira a autoridade do governo eleito sobre um instrumento central de definição da política econômica, inclusive interferindo na coordenação dos instrumentos disponíveis para implantação dessa política e reduzindo sua eficácia, ao diluir a responsabilidade sobre os seus resultados”.
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