O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contradisse nesta quinta-feira 18 o presidente Jair Bolsonaro sobre a utilização da PEC dos Precatórios para bancar o reajuste dos servidores públicos federais. O texto já foi avalizado pelos deputados e será submetido aos senadores.
“Não vi esse espaço, não conheço esse espaço. Os números apresentados pela Economia para a Câmara não previam esse aumento”, afirmou Lira em entrevista coletiva. “Penso que aquele portfólio de custos que foi amplamente divulgado para a imprensa possa ser honrado, para que a gente tenha a fidedignidade do que foi acertado nas discussões de plenário e seja mantido na votação da PEC.”
Na última terça-feira 16, Bolsonaro declarou em Manama, no Bahrein, que o governo reajustará os salários de todos os servidores públicos federais no ano que vem, caso o Senado aprove a PEC dos Precatórios.
“A inflação chegou a dois dígitos, então conversei com Paulo Guedes. Em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles merecem, mas é o que nós podemos dar. A todos os servidores federais, sem exceção”, afirmou o ex-capitão.
No Senado, a PEC dos Precatórios é relatada pelo líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), que pretende fazer poucos ajustes em relação ao texto aprovado pela Câmara. Nos últimos dias, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), José Aníbal (PSDB-SP) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) apresentaram versões alternativas.
“Eu espero que o texto tenha a sua aprovação mantida em 95, 96%. A Câmara já trabalhou muito neste ano, já votou muitas matérias difíceis, espero não ter mais uma vez esse trabalho. Mas, se tiver, temos que estar prontos para terminar a votação dessa PEC”, disse ainda Lira.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login