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Lewandowski manda à PGR acusações de Tacla Duran sobre ‘extorsão’ na Lava Jato
Como houve menção a Moro e Deltan, juiz da Lava Jato decidiu encaminhar os autos ao STF


O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, enviou nesta quarta-feira 29 à Procuradoria-Geral da República as acusações feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran com menções ao senador Sergio Moro (União-PR) e ao deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Na segunda-feira 27, em depoimento ao novo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Appio, Tacla Duran afirmou ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da Lava Jato. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou Moro e Deltan.
Como houve menção a parlamentares – figuras com prerrogativa de foro -, Appio decidiu encaminhar os autos a Lewandowski.
Agora, cabe ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se abrirá uma investigação sobre o suposto crime de extorsão.
Na terça 28, Appio pediu que a Polícia Federal instaure de forma “urgente” um inquérito para apurar as acusações apresentadas pelo advogado. Ele também solicitou ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, a inclusão “em caráter urgente” de Tacla Duran no programa federal de proteção a testemunhas. O magistrado anotou haver “risco de vida” no caso.
Em nota divulgada após o depoimento, a assessoria de Sergio Moro sustentou que o senador é alvo de “calúnias” e não teme “qualquer investigação”. Deltan, por sua vez, se referiu a Eduardo Appio como “juiz lulista e midiático, que nem disfarça a tentativa de retaliar contra quem, ao contrário dele, lutou contra a corrupção”.
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