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Lava Jato: Zanin se declara impedido de julgar denúncia contra Gleisi Hoffmann no STF
Ministro do STF foi advogado do presidente Lula (PT) antes de chegar à Corte; único a votar até agora, Edson Fachin negou denúncia da PGR


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, declarou-se impedido de julgar uma denúncia contra a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT. O caso diz respeito a uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato.
O julgamento foi iniciado na última sexta-feira 10. Nele, os ministros da Suprema Corte devem aceitar ou não a denúncia da PGR, que aponta que os executivos da construtora Odebrecht realizaram o pagamento de caixa 2 à campanha de 2014 da petista. A defesa da presidente do PT nega as acusações. A análise do caso acontece no plenário virtual e deve terminar até o próximo dia 20 de novembro.
Zanin, que foi advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos anos da Lava Jato, daria o seu voto logo após o relator do caso, o ministro Edson Fachin, mas preferiu se declarar impedido na noite de segunda-feira 13.
O voto de Fachin, por sua vez, foi contrário à abertura da ação penal. Segundo o ministro, a PGR não apresentou provas suficientemente sólidas para que a denúncia pudesse ser confirmada.
“Por mais que se observe a descrição do modus operandi e do acervo probatório a sustentar a tese de que a Odebrecht teria abastecido as contas de campanha de Gleisi Hoffmann, não há evidências do nexo causal capazes de vincular a vantagem indevida solicitada ou aceita com as funções públicas cuja atuação viciada é visada pelo extraneus que a negocia, o que, como visto, não é admitido pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, apontou Fachin.
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