CartaExpressa
Kassab, do PSD, chefiará a secretaria do governo Tarcísio em São Paulo
Presidente do PSD será nome forte da articulação política do ex-ministro bolsonarista a partir de 2023, mas pode ter criado um obstáculo para o partido no governo Lula
O presidente do PSD Gilberto Kassab foi o escolhido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ocupar a Secretaria de Governo de São Paulo em 2023. A indicação foi confirmada nesta sexta-feira 25 e mostra que o político, que já foi ministro de Dilma e Temer, será o nome forte da articulação política do novo governador.
Inicialmente era esperado que Arthur Lima, braço direito de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura, fosse nomeado como o grande articulador do governo. Ele, porém, ficará com a Casa Civil, responsável por acompanhar projetos e políticas públicas.
Kassab apoiou Tarcísio nesta eleição, tendo sido responsável pela indicação do vice, Felício Ramuth (PSD). O apoio, após a vitória de Tarcísio, foi ampliado com a articulação do pessebista para formação da base do futuro governador. Nas últimas semanas, Kassab recebeu a missão de angariar apoio de deputados estaduais e prefeitos que ainda não estavam 100% alinhados com o futuro Executivo do estado.
A nomeação do presidente do PSD também reforça a redução da influência bolsonarista na formação da equipe, já que concede nova cadeira relevante ao Centrão. O espaço do PSDB, que apoiou Tarcísio apenas no segundo turno, também fica reduzido com a confirmação de Kassab no cargo. Os tucanos, vale lembrar, comandaram o estado por 28 anos, mas sequer chegaram ao segundo turno no último pleito.
É importante registrar ainda que a indicação de Kassab, apesar de ampliar sua influência em São Paulo, pode significar um obstáculo para o PSD a nível nacional. O partido ainda negocia espaço no novo governo do presidente Lula (PT) e pode ter o caminho dificultado pela aproximação com o aliado de Bolsonaro.
Antes de ser secretário de Governo de Tarcísio, Kassab foi ministro em duas ocasiões, tendo comandado a pasta de Cidades no governo Dilma Rousseff (PT) e a pasta de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil durante a gestão de Michel Temer (MDB). Ele também já foi deputado federal por duas ocasiões, vice-prefeito e prefeito da cidade de São Paulo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Tarcísio define equipe de transição em São Paulo; evangélicos avançam sobre área social
Por CartaCapital
Tarcísio se encontra com Bolsonaro, em Brasília, antes de anunciar transição
Por Agência O Globo