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Justiça de SP nega pedidos de liberdade a pai desempregado de 6 filhos que furtou comida

O caso aconteceu em um supermercado da zona norte de São Paulo. O valor dos produtos furtados totaliza R$ 231,43

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A Justiça de São Paulo negou, nesta quarta-feira 8, dois pedidos de liberdade feitos pela Defensoria Pública em favor de um homem que foi preso depois de furtar comida em um supermercado na zona norte da cidade. Desempregado e pai de seis filhos, o homem de 49 anos foi preso na terça-feira 7.

O homem tentou passar pelo caixa do estabelecimento sem pagar parte dos produtos e foi flagrado com dois pacotes de carne seca, dois tabletes de chocolate, nove pacotes de suco em pó e um limpador de móveis escondido entre as roupas. O valor dos produtos furtados totaliza R$ 231,43.

Ao ser preso pela Polícia Militar e conduzido ao o 45º Distrito Policial da Brasilândia, o homem afirmou durante o boletim de ocorrência que passa por dificuldades financeiras e que os produtos seriam para a subsistência de sua família, já que a esposa também se encontra sem emprego.

Por ter antecedentes criminais, o homem teve o pedido de relaxamento de prisão negado por uma juíza de primeira instância e a prisão provisória convertida em preventiva pelo Ministério Público.

Diante o ocorrido, a Defensoria Pública entrou com um novo pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo que foi negado pelo desembargador Luis Augusto de Sampaio Arruda.

Ao G1, O defensor público Leonardo Biagioni lamentou a segunda decisão desfavorável ao cliente no mesmo dia e disse que o Poder Judiciário “retroalimenta essa cultura do encarceramento”.

“Infelizmente, o Judiciário retroalimenta essa cultura do encarceramento, com prisão de pessoas pobres pelo simples fato de serem pobres e, por isso, estarem passando necessidade, pois, se assim não fosse, esse senhor de 49 anos não se submeteria à tentativa de pegar itens em supermercado para alimentar sua família”, declarou.

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