CartaExpressa
Jair Renan retirou itens do acervo presidencial no governo Bolsonaro, diz ex-chefe de gabinete
A CPMI do 8 de Janeiro já suspeitava da ligação do ‘zero quatro’ com o acesso a presentes entregues ao governo do ex-capitão
O filho “zero quatro” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, retirou do Palácio do Planalto itens recebidos pelo pai. A informação foi fornecida por Marcelo Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, à GloboNews, nesta terça-feira 5.
Segundo Vieira, os itens levados por Jair Renan eram considerados do acervo privado do ex-presidente.
“O filho do presidente, ele se encontrava com um influencer, inclusive filmando e fotografando, filmando. Não me recordo, acho que só filmando. E aí eu falo: ‘Renan, aqui não pode filmar, por gentileza, isso é questão de resguardar o acervo do teu próprio pai, né?’ E ele atendeu, desligou e ficou”, narrou Vieira.
“Imediatamente eu passo um WhatsApp para o meu chefe direto, que era o doutor Pedro, o chefe do gabinete pessoal que estava ao lado do presidente, avisando: ‘olha, o Renan está aqui querendo pegar alguns’… Era boneco, era uma camiseta camuflada. Eu não lembro exatamente, mas eram coisas, digamos assim, nada de valor enorme, né?“, disse o ex-chefe do GADH.
A defesa de Jair Renan não se pronunciou sobre a declaração de Marcelo Vieira.
Não é a primeira vez que o nome do filho do ex-presidente é relacionado à pratica de levar presentes do acervo presidencial. Em 24 de agosto, veio à tona que a CPMI do 8 de Janeiro teve acesso a um e-mail, enviado em 12 de julho do ano passado por ex-assessores de Bolsonaro, em que se registrava a retirada de itens.
Relacionadas
CartaExpressa
CNJ suspende norma que veta ‘croppeds’ e minissaias no STJ
Por CartaCapitalCartaExpressa
Estatais são instrumento de planejamento e o governo deve ter influência nelas, diz Gleisi na China
Por CartaCapitalCartaExpressa
Comissão de Direitos Humanos pede que Defesa se desculpe pelo golpe de 64
Por André LucenaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.