CartaExpressa
Intimação por WhatsApp viola prerrogativa da Defensoria, decide o STJ
A medida, na avaliação da Sexta Turma da Corte, impossibilita a análise dos autos e o controle dos prazos do processo


A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça concluiu, por unanimidade, que a intimação via aplicativos como o WhatsApp viola a prerrogativa de intimação pessoal da Defensoria Pública, por impossibilitar a análise dos autos e o controle dos prazos do processo.
O caso concreto envolve um réu acusado de homicídio. O presidente do tribunal do júri decidiu pelo contato direto com os defensores e os promotores envolvidos no processo, por meio de telefone e aplicativos de mensagens, diante da proximidade da sessão.
A defesa, inconformada, acionou o Tribunal de Justiça do Paraná, que rejeitou o pedido. O caso chegou, então, ao STJ.
Segundo o relator do recurso, Rogerio Schietti Cruz, o juiz desrespeitou a prerrogativa de intimação pessoal.
“É inconteste que o juízo de primeiro grau violou as prerrogativas da Defensoria Pública: a intimação deveria haver ocorrido pelo sistema de processo eletrônico, de forma a possibilitar a análise dos autos e o controle dos prazos processuais”, apontou o ministro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Julgamento no STF sobre regulamentação das redes sociais fica para depois da eleição
Por Wendal Carmo
TRE de São Paulo decide manter suspensão das redes de Marçal
Por CartaCapital
Cadeirada fez Marçal perder o controle da narrativa nas redes, aponta analista; veja memes
Por CartaCapital