A defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro criticou, nesta quarta-feira 6, a manobra de Jair Bolsonaro para evitar que o Supremo Tribunal Federal determinasse como o presidente deve prestar depoimento no inquérito que apura possível interferência política e ilegal na Polícia Federal.
Segundo a defesa de Moro, ao protocolar uma petição em que Bolsonaro concorda com o interrogatório presencial – e não mais por escrito -, a Advocacia-Geral da União “tentou esvaziar o teor do agravo regimental interposto na Corte”.
“Os advogados de defesa de Sérgio Moro reforçam que esse posicionamento da AGU somente confirma a procedência da tese defendida, desde o início da discussão do caso. A partir de agora, aguardamos a designação da data para a realização do ato procedimental de oitiva do investigado”, diz ainda a nota assinada pelo advogado Rodrigo Sánchez Rios.
A suspensão se deu a pedido do relator do inquérito, Alexandre de Moraes, que recebeu minutos antes da sessão desta quarta um documento encaminhado pela AGU, responsável por representar Bolsonaro.
“Eu solicito a suspensão do julgamento porque acabei de receber uma petição protocolada pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, em que, em nome do presidente Jair Bolsonaro, manifesta ‘perante esta Suprema Corte o seu interesse de prestar depoimento em relação aos fatos objetos deste inquérito mediante comparecimento pessoal’”, relatou Moraes. Na sequência, o ministro pediu a retirada do tema de pauta para analisar o recurso. A suspensão foi oficializada pelo presidente do STF, Luiz Fux.
“Requer lhe seja facultada a possibilidade de ser inquirido em local, dia e hora previamente ajustados, em aplicação ao que prevê o artigo 221, caput do Código de Processo Penal, prerrogativa que compatibilizará o pleno exercício das funções de Chefe de Estado e do seu direito de defesa na ocasião da prestação de depoimento em modo presencial”, diz ainda a AGU.
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