Um jovem indígena – que ainda não teve seu nome ou idade informados – morreu no hospital de Amambai, no Mato Grosso do Sul, depois de ter sido baleado durante ação da equipe de choque da Polícia Militar em área ocupada por integrantes povos Guarani e Kaiowá em território próximo à cidade. A informação da morte foi divulgada em nota pela Assembleia Geral do Povo Kaiowá Guarani, a Aty Guasu, e confirmada a CartaCapital por fontes do Conselho Indigenista Missionário, o Cimi.
A ocupação do território, iniciada na noite da quinta-feira 23, foi motivada pelo assassinato de um jovem guarani na comunidade Taquaperi, perto do município de Coronel Sapucaia. Alex Lopes, de 18 anos, foi executado no dia 21 de maio, enquanto coletava lenha em área próxima a uma fazenda vizinha. O corpo foi levado até o Paraguai, a 10 quilômetros da fronteira.
Segundo denúncia de indígenas presentes, o ataque teve início às 4 da manhã de sexta com a presença de pistoleiros à serviço de uma fazenda ocupada na região. O conflito foi agravado com a chegada da Polícia Militar, que tenta efetuar a reintegração de posse das terras sem um mandado.
Ainda de acordo com representantes dos povos guarani e kaiowá, os agentes cercaram o terreno em três viaturas e com o apoio aéreo de um helicóptero, momento em que efetuaram disparos. Além da morte confirmada, ao menos nove pessoas estão gravemente feridas.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal foram acionados pela comunidade indígena e estão a caminho do local dos ataques. Por lei, o cumprimento de reintegração de terras ocupadas por grupos indígenas deve envolver somente a PF e a Funai.
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