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Homem que promoveu ‘vaquinha’ para atirar em Lula é alvo de operação da PF

O homem, ao ser abordado pela polícia, admitiu ter feito a postagem com ameaça ao presidente nas redes sociais

Celular e computador do autor da postagem sobre 'vaquinha' para matar Lula. Foto: Divulgação/Polícia Federal
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Um homem morador da cidade de Aracruz, no Espírito Santo, se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira 6 após promover, nas redes sociais, uma ‘vaquinha’ para arrecadar recursos com intuito de pagar um atirador para matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser abordado pelos agentes da operação, o homem, que não teve a identidade revelada, admitiu ter feito a postagem com a ameaça ao petista. Conforme noticiado em dezembro do ano passado, o autor da publicação sugeria que bolsonaristas se unissem financeiramente para a compra de um rifle e contratação de um mercenário para atirar em Lula. A mensagem foi divulgada no X, antigo Twitter.

Naquela ocasião, o então secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, foi quem solicitou a abertura da investigação do caso. “As redes sociais não são e não serão um terreno de incentivo a crimes contra as autoridades”, escreveu o executivo naquela oportunidade.

Após a afirmação de Cappelli, o autor da ameaça a Lula chegou a ironizar a determinação. “Em um dos últimos posts do @nikolas_dm [deputado Nikolas Ferreira (PL)] comentei que poderíamos contratar um sniper mercenário para eliminar um bandido. Resultado: muitas pessoas pegaram esse tweet e marcaram o Comunista Flávio Dino para me prender. Estou no caminho certo”, escreveu.

Segundo a PF, no entanto, o autor da publicação não foi preso. Contra ele, esclarece a corporação, não pesava um mandado de prisão. No local, foram apreendidos apenas o celular e o computador do investigado.

Em entrevista ao site G1, o delegado responsável pelo caso, Lorenzo Esposito, esclareceu que, durante as buscas, nenhuma arma foi encontrada no local. O suspeito, segundo o agente, teria colaborado e alegado que a publicação seria “apenas desabafo nas redes sociais”. Ao policial, ele sustentou não ter dado início a qualquer arrecadação ou planejamento de um atentado.

“O material vai ser encaminhado para perícia, vai ser analisado o conteúdo, para ver se de fato ele cometeu algum outro crime além de ameaça e incitação ao crime”, explicou o delegado ao portal.

Os mandados de busca e apreensão, esclarecem a PF em nota, foram expedidas pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Linhares (ES) e cumpridos pela Delegacia de Crimes Fazendários. A operação foi batizada de Eco, uma alusão à mitologia que retrata uma jovem grega punida por falar demais.

O objetivo da operação, diz a nota, é investigar a prática das infrações penais de ameaça e de incitação ao crime praticados contra o Presidente da República.

Lula, alvo das ameaças, ainda não se pronunciou sobre o tema.

Essa, vale lembrar, não é a primeira ameaça contra Lula que culmina em uma operação da Polícia Federal. Em janeiro de 2023, quando Lula fazia uma viagem oficial a Roraima, um homem chegou a ser preso após afirmar ser “hora de colocar uma bala na cabeça” do presidente. Em agosto, outro homem que estaria planejando um atentado contra o petista também foi para prisão após ação da PF.

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