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Haddad não descarta novos questionamentos de Lula antes de aprovar o arcabouço fiscal
O plano da equipe econômica de apresentar a nova regra antes da viagem à China não prosperou


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira 24 que a área técnica da pasta “fechou” a proposta do novo arcabouço fiscal, a substituir o teto de gastos, e levará ao presidente Lula (PT) as respostas dos questionamentos apresentados em reunião na semana passada.
“A palavra final é sempre do presidente. Ele pode fazer novas perguntas, mas as que foram feitas na reunião de sexta passada estão elucidadas”, afirmou Haddad na entrada do ministério. “A gente vai fazer uma devolutiva pra ele e espera nos próximos dias voltar a ele para saber se há outras dúvidas que ele possa considerar. Mas até aqui está tudo bem.”
A ideia inicial da área econômica era apresentar o arcabouço antes da viagem de Lula e Haddad à China, no próximo domingo 26. Havia, ainda, o desejo de divulgar a nova regra fiscal antes da reunião realizada pelo Copom entre a última terça e a última quarta. Os planos, porém, não prosperaram.
A avaliação era de que o anúncio do arcabouço poderia contribuir com uma mudança de tom por parte do Banco Central. Na última quarta, Haddad classificou como “muito preocupante” o comunicado emitido pela instituição ao oficializar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
O texto divulgado pelo BC não sinalizou eventuais cortes em um futuro próximo. Mais do que isso, abriu caminho para uma nova alta na Selic. O Comitê de Política Monetária apontou que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
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