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Há a ditadura dos bolsonaristas e a do STF, diz ex-aliada Sara Winter
A extremista foi presa no inquérito de atos antidemocráticos por ordem de Moraes e considera ter sido abandonada por Jair Bolsonaro


A militante extremista Sara Winter afirmou que no Brasil há duas ditaduras: a do Supremo Tribunal Federal e a promovida pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. As declarações de ‘arrependimento’ da ex-aliada do governo federal foram dadas ao jornal Folha de S. Paulo.
“De um lado tem a ditadura do STF suprimindo a liberdade de expressão e, do outro, a ditadura bolsonarista que destrói qualquer um que não venere o Jair”, afirma a militante da extrema-direita ao expressar seu descontentamento com o antigo aliado.
Sara está presa desde junho de 2020 após liderar o grupo ‘300 do Brasil’ em protestos de ataques ao STF permeados por uma estética Ku Kux Klan, com máscaras brancas e tochas. A extremista foi presa no inquérito de atos antidemocráticos por ordem de Alexandre de Moraes e considera ter sido abandonada por Bolsonaro e seus apoiadores.
“Cheguei à conclusão que não existe direita no Brasil. Existe fã do Bolsonaro e eu acho isso muito perigoso”, destaca. “Eu sou católica, conservadora, de direita. Mas eu não sou bolsonarista porque bolsonarismo não é uma vertente política, ou pelo menos não deveria ser”, diz Winter ao tentar se distanciar do atual presidente.
Na entrevista, ela revela ainda que foi convidada por Roberto Jefferson, presidente do PTB e também preso por atos antidemocráticos, a integrar o partido e concorrer ao cargo de deputada federal por São Paulo. O convite, no entanto, não foi aceito por ela.
O PTB de Jefferson tornou-se a casa da extrema-direita no Brasil, congregando integralistas e reacionários. Antes de ser preso, o líder da legenda afirmou sonhar com a filiação de Jair Bolsonaro para concorrer à reeleição pelo partido.
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