CartaExpressa
Governadores saem em defesa do STF contra ameaças de Bolsonaro
No sábado, presidente citou uma ruptura institucional e anunciou uma ação contra Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso


Governadores de 13 estados e do Distrito Federal divulgaram nesta segunda-feira 16 uma nota em defesa do Supremo Tribunal Federal, em decorrência dos frequentes ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro contra magistrados da Corte.
No texto, os governadores manifestaram solidariedade ao tribunal, “aos seus ministros e às suas famílias, em face de constantes ameaças e agressões”.
“O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis”, diz a nota que é assinada pelos governadores Renan Filho (Alagoas), Waldez Goés (Amapá), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Renato Casagrande (Espírito Santo), Flávio Dino (Maranhão), João Azevedo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), João Doria (São Paulo) e Belivaldo Chagas (Sergipe).
“No âmbito dos nossos Estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário. Renovamos o chamamento à serenidade e à paz que a nossa Nação tanto necessita”, completam.
No sábado 14, Bolsonaro citou uma ruptura institucional e anunciou uma ação contra Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos”, escreveu Bolsonaro em uma rede social.
“De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”, acrescentou o presidente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Maia compara Bolsonaro a Chávez após anúncio de ação contra Moraes e Barroso
Por CartaCapital
Ciro: Bolsonaro quer causar convulsão social para justificar ações militares
Por CartaCapital