CartaExpressa
Gilmar diz que Zambelli só não foi presa ao apontar arma devido ao foro privilegiado
O episódio aconteceu em outubro, na véspera do 2º turno. Na ocasião, a parlamentar discutiu com um apoiador de Lula


O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) só não foi presa em flagrante ao apontar uma arma para um homem em São Paulo por ter foro privilegiado.
A manifestação do magistrado ocorreu durante o julgamento de um recurso apresentado pela defesa da parlamentar contra uma decisão que determinou a suspensão de seu porte de armas. Os advogados de Zambelli alegaram que o STF não teria competência para julgar o episódio, já que caberia à Corte analisar apenas questões relativas ao mandato parlamentar.
Ao proferir seu voto, Gilmar disse que “a causa do evento vincula-se diretamente à condição de deputada federal”. O despacho foi obtido e divulgado pelo jornal O Globo.
“Aliás, a ausência de prisão em flagrante da deputada federal Carla Zambelli Salgado de Oliveira decorreu justamente da incidência do foro por prerrogativa de função que, contraditoriamente, pretende ver afastada no momento. Por essas razões, reafirmo a competência do Supremo Tribunal Federal”, emendou.
Gilmar Mendes, o relator do caso, foi o único a votar. O julgamento ocorre no plenário virtual e seguirá até a próxima sexta-feira 17.
Em 29 de outubro, véspera do segundo turno da eleição, Carla Zambelli causou espanto ao sacar uma arma em público e perseguir um homem na capital paulista. A cena foi gravada e circulou nas redes sociais.
Nas imagens, é possível ver pessoas correndo e a bolsonarista com a arma em punho, entrando em uma lanchonete e ordenando, aos gritos, que um homem negro deitasse no chão. Em outro registro, nota-se um estampido. O episódio está sob investigação no STF.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

STF forma maioria para derrubar lei de Rondônia que proíbe linguagem neutra nas escolas
Por CartaCapital
Ibaneis pede ao STF revogação de afastamento do governo do DF
Por CartaCapital
Lula chega aos EUA e prepara reuniões com Biden e Bernie Sanders
Por CartaCapital
Os próximos passos da Reforma Tributária, prioridade de Lula e Haddad no 1º semestre
Por CartaCapital
O que diz Flávio Bolsonaro sobre uma possível prisão do pai
Por CartaCapital