CartaExpressa
Fora da agenda oficial, Bolsonaro causa aglomerações em Santa Catarina
O presidente passeou de moto e em cima de um carro aberto sem máscara para cumprimentar apoiadores


Sem compromissos oficiais neste sábado 7 em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro usou tempo para passear de moto e em um carro aberto e cumprimentar apoiadores na capital Florianópolis. No passeio não usou máscaras e causou aglomerações.
Os passeios de moto do presidente pelo Brasil têm gerado altos custos ao País em meio a pandemia, superando à casa do milhão, como revelou reportagem recente. Em Presidente Prudente, São Paulo, a ‘motociata’ custou ao menos 300 mil reais aos cofres públicos.
Recentemente, Bolsonaro afirmou que seus passeios não custam nada a mais aos cofres públicos, já que ocorreriam entre agendas de trabalho. Neste sábado, no entanto, não há nenhum compromisso oficial registrado na agenda do presidente em Florianópolis.
O presidente está desde sexta-feira 6 em Santa Catarina, onde oficialmente se encontrou por duas horas com empresários e participou por 45 minutos de uma entrega de medalhas. Os dois compromissos foram em Joinville, onde Bolsonaro esteve ao lado de Luciano Hang, dono da Havan, e também passeou pela cidade sem máscara e causando aglomerações.
No estado, o presidente voltou a atacar Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na sexta, Bolsonaro chegou a publicar um vídeo em que chama Barroso de ‘filho da puta’. A publicação foi apagada em seguida, mas pode ser vista aqui.
Aos empresários, Bolsonaro proferiu uma série de mentiras sobre Barroso, chegando a dizer que o ministro quer que crianças de 12 anos tenham relações sexuais. A afirmação se trata de uma mentira e tem base em um processo em que o ministro tomou decisão oposta à que o presidente o acusa de ter tomado. No caso, Barroso considerou que, embora os autos trouxessem elementos de consentimento da vítima, “o fato de ela ser menor de 14 anos justificava a continuidade do processo, em nome da proteção da infância e da adolescência”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.