Flávio Bolsonaro vai ao CNJ para tentar afastar o novo juiz da Lava Jato

O filho de Jair Bolsonaro alega suposta 'afinidade ideológica' do magistrado com Lula; Appio nega doação à campanha petista

Jair e Flávio Bolsonaro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

O senador Flávio Bolsonaro (PL) solicitou ao Conselho Nacional de Justiça o afastamento do novo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Fernando Appio. O filho de Jair Bolsonaro (PL) alega suposta “afinidade ideológica” do magistrado com Lula (PT) na eleição do ano passado.

Na representação, Flávio cita a suposta identificação de Appio como “LUL22” no sistema processual da Justiça paranaense e uma suposta doação do juiz à campanha de Lula em 2022.

No final da semana passada, Appio afirmou não reconhecer a doação de 13 reais. “Nunca fui filiado a nenhum partido. Não tenho tendência político-partidária”, disse ao site Poder360.

O juiz enviou ao veículo um extrato bancário no qual não consta qualquer transação de 13 reais em 25 de setembro de 2022, dia em que a doação teria ocorrido, segundo o sistema do Tribunal Superior Eleitoral.

Eduardo Fernando Appio, sucessor de Sergio Moro na condução dos processos referentes à Lava Jato, reconheceu em recente entrevista que a condução dos processos contra Lula teve problemas jurídicos graves. Como exemplo, ele mencionou a mudança de entendimento que permitiu a execução da pena antes de esgotados todos os recursos cabíveis.

“Quando o Judiciário cria um novo entendimento, uma nova jurisprudência, ela não pode se voltar para casos que já foram iniciados, senão ela seria mais gravosa e retroativa”, afirmou ao G1. “Ela voltaria para o passado.”


Appio disse ainda que pretende colocar um fim à espetacularização dos processos e resgatar a credibilidade e a neutralidade político-partidária das ações sob seu comando.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.