O Exército Brasileiro não irá mais ler a Ordem do Dia no 31 de março em alusão ao aniversário do golpe de 1964, como habitualmente fazia durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A informação é da colunista Carla Araújo, do UOL, nesta quarta-feira 1º.
A decisão, segundo a publicação, partiu do general Tomás Ribeiro Paiva, que comanda a Força, por entender que ‘o normal’ é não celebrar este dia. A Ordem do Dia, de fato, foi lida ininterruptamente apenas no governo do ex-capitão. Antes, havia sido abolida por Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Michel Temer. Nos primeiros governos Lula, há registros da leitura alusiva ao golpe em 2004, 2005 e 2006.
A medida é um novo aceno do militar ao governo petista após a revelação de um áudio em que Ribeiro Paiva – antes de assumir o cargo – diz que Lula foi ‘infelizmente’ eleito. Ele alegou, na terça-feira 28, ter tido sua afirmação tirada de contexto e que a declaração, na verdade, se tratava de um reforço ao pedido de aceitação do resultado das urnas pelos militares.
Ao site, militares disseram, reservadamente, que a retomada da celebração do golpe em 31 de março, a partir de 2019, foi uma ordem direta dada por Bolsonaro, na posição de Chefe Supremo das Forças Armadas. A justificativa para a celebração, portanto, foi de que não incorrer em insubordinação.
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