O Exército diz não saber quantas armas existem em posse de caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, os CACs, em cada uma das cidades brasileiras. A afirmação foi feita à Controladoria-Geral da União, em resposta a um pedido de Lei de Acesso à Informação feito pelo UOL.
À CGU, o Exército justificou que, para saber o número de armas que circulam nas mãos dos CACs em cada cidade, seria necessário deslocar 12 militares durante 180 dias úteis, o que acarretaria em “considerável prejuízo no cumprimento de outras atividades, como a regulamentação, fiscalização e autorização referentes ao trabalho com Produtos Controlados pelo Exército”.
A justificativa é contrária à posição anterior dada ao site. Em julho, o Exército afirmou ser capaz de rastrear armas concedidas aos CACs pelo sistema Sigma para atender a demandas institucionais “quer sejam investigações policiais ou determinações judiciais”.
Durante o processo de registro dos CACs, é solicitado endereço completo do requerente. Quanto a isso, o Exército sustenta que, embora os dados existam, eles não estão integrados em uma base única de dados de armas. Dessa forma, seria necessário cruzar os dados um a um para levantar o total de armas por município.
O UOL também solicitou o número de armas por município para a Polícia Federal, órgão responsável por conceder posse e porte a civis. O órgão disse ser possível realizar o levantamento, no entanto negou a divulgação dos dados alegando risco à segurança pública pois, ao saber o número de armas em cidades pequenas, criminosos poderiam roubá-las.
No Brasil todo, o arsenal em mãos de CACs já soma mais de um milhão de armas. É o que apontam dados obtidos via Lei de Acesso à Informação pelos institutos Igarapé e Sou da Paz.
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