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Ex-ministra de Bolsonaro defende diálogo do agro com Lula: ‘Estão tristes, mas é hora de seguir adiante’
Tereza Cristina foi eleita senadora, mas chegou a ser cotada para ser vice na chapa de Jair Bolsonaro
A ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina, defendeu nesta sexta-feira 4 que o agronegócio abra diálogo com Lula, presidente eleito neste ano. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela defende que o setor ‘supere a tristeza’ pela derrota do seu candidato e ‘siga em frente’.
“O agro é um setor que apostou no presidente Bolsonaro desde o início. É natural que haja uma frustração enorme no setor. Ele é um grande líder de direita, estão todos muito tristes, o agro está triste, mas é hora de seguir adiante”, destaca a aliada do ex-capitão.
Tereza Cristina, é importante lembrar, chegou a ser cotada publicamente por Bolsonaro para ser candidata a vice em sua chapa. Após derrotado do aliado, no entanto, ela desembarcou dos discursos mais belicosos típicos do bolsonarismo. Questionada novamente sobre como pretende se posicionar diante de Lula, destacou o ‘diálogo’:
“Numa democracia, mesmo sendo oposição, temos de estar abertos a dialogar, para trabalhar pelo setor. O Brasil precisa do agro, independentemente de quem estiver à frente do governo”, insiste a ex-ministra que será integrante da bancada ruralista no Congresso em 2023.
Na conversa, a ex-ministra negou que ruralistas estejam financiando atos golpistas que se acumularam nas estradas e quartéis ao longo da última semana. Ela diz que os bloqueios não teriam recebido dinheiro de seus colegas de setor.
“O que está ocorrendo nas estradas é resultado da indignação das pessoas. Foi uma coisa espontânea das pessoas, de alguns produtores, mas não tem a participação de nenhuma associação, nenhuma instituição, não foi organizado.”
Ela ainda diz que Bolsonaro, agora derrotado e sem cargo, deverá ser um líder da direita. Na conversa, porém, não deu detalhes de como enxerga o futuro da atuação do seu antigo chefe.
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