Peça importante nas investigações que apuram a existência de uma suposta trama golpista no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, depôs à Polícia Federal.
Na oitiva, que durou cerca de dez horas, ele assegurou que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, teria dado embasamento jurídico para que Bolsonaro decretasse estado de defesa ou de sítio no País. Os termos aparecem em diferentes versões da minuta golpista.
De acordo com informações publicadas nesta terça-feira 12 pelo jornal O Globo, Baptista Júnior teria confirmado aos investigadores que participou da reunião do governo anterior em que se discutiu uma minuta golpista com os chefes das Forças Armadas. Entretanto, ele negou que tenha sido favorável à medida.
Segundo a publicação, Baptista Júnior sustentou que manteve, durante encontros com Bolsonaro, a posição de que não houve fraude nas eleições de 2022. Bolsonaro, por sua vez, insistiu na tese durante o encontro com os comandantes.
O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica aconteceu antes da oitiva do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, no início deste mês. Ambos foram ouvidos como testemunhas no inquérito.
Nesta segunda, o tenente-coronel Mauro Cid voltou ao banco de depoentes após as afirmações dos dois militares. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é colaborador da Justiça por meio de um acordo de delação premiada. O novo depoimento durou mais de 9 horas e visava confirmar as declarações dos comandantes e outros militares envolvidos na trama. O teor da oitiva de Cid ainda não foi revelado.
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