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Em meio a cortes, governo Bolsonaro custeia viagem de ministro da Educação a Paris
A autorização para a viagem acontece na mesma semana em que o governo anunciou o bloqueio de 366 milhões de reais do orçamento de universidades e institutos federais


O governo Bolsonaro autorizou viagem do ministro da Educação, Victor Godoy, a Paris, capital da França, para participar de agendas entre os dias 5 a 10 de dezembro. A viagem será bancada pelo governo federal, segundo publicação feita no Diário Oficial da União nesta sexta-feira 2.
Segundo a publicação, Godoy participará da Reunião Ministerial do Comitê de Políticas Educacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A autorização se dá na mesma semana em que o governo anunciou o bloqueio de R$ 366 milhões no orçamento de universidades e institutos federais. O valor chegou a ser desbloqueado na manhã da quinta-feira 1, mas Bolsonaro voltou atrás no começo da noite e zerou novamente os caixas das instituições.
Com o corte, universidades e institutos poderão não ter verbas para pagamento de contas básicas, como água, luz e serviços terceirizados nos próximos meses. Desde janeiro, a gestão Bolsonaro reduz significativamente os repasses.
A justificativa para o congelamento de valores e bloqueios temporários usada pelo governo Bolsonaro se baseia na regra do teto de gastos. Com isso, o valor que deveria ir para os institutos e universidades é realocado pela União para suprir custos de outras áreas mais prioritárias, segundo a visão federal.
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