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Em curso, policial rodoviário ensina a fazer ‘câmara de gás’: ‘A pessoa fica mansinha’

A comoção pela morte de Genivaldo de Jesus fez voltar a circular nas redes o trecho de uma aula de Ronaldo Bandeira

Policial Ronaldo Bandeira, da PRF-SC, investigado após a revelação de um vídeo em que ele ensina os alunos a fazer uma "câmara de gás" em uma viatura — Foto: Reprodução
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A comoção pela morte por asfixia de Genivaldo de Jesus em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe, na última quarta-feira 25, fez voltar a circular nas redes sociais o vídeo de um curso preparatório para carreiras militares em que um professor descreve como empregar o método utilizado no episódio.

No vídeo, o instrutor Ronaldo Bandeira relata um suposto caso em que lidou com um preso no porta-malas de uma viatura. Ele é agente da PRF há mais de dez anos e abriu um curso preparatório em Balneário Camboriú.

“Nesse ínterim, em que a gente ficou lavrando o procedimento e ele estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro com chutes. O que o polícia faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca (sic)”, narrou Bandeira. “A pessoa fica mansinha. Aí, daqui a pouco eu só escutei assim: ‘Eu vou morrer, eu vou morrer’. Aí eu fiquei com pena. Abri assim: ‘Tortura!’. E fechei de novo. Sacanagem, fiz isso, não.”

A assessoria do curso em que Bandeira trabalha atualmente afirma que o vídeo, de 2016, tem mais de três horas de duração e a declaração foi retirada de contexto. A aula, segundo a empresa, tratava da Lei Penal 9.455, que define os crimes de tortura. A lei foi sancionada em abril de 1997.

Em nota a CartaCapital, a assessoria do curso preparatório em que ocorreu a aula sobre “câmara de gás” informou que Ronaldo Bandeira deixou a empresa em 2018.

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