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Discursos de Bolsonaro ‘atrapalham um pouco’, admite ministro das Comunicações

Fábio Faria também disse que ex-capitão não deixa de falar sobre um assunto apenas porque ele pediu

O ministro Fábio Faria. Foto: Alan Santos/PR
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, admitiu nesta quinta-feira 28 que discursos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ‘atrapalham um pouco’ o trabalho do governo federal. Segundo disse, a sua pasta muitas vezes não consegue divulgar o trabalho pelo furor que causam as aspas do presidente. A declaração foi dada ao site UOL.

“O que ele fala é o que gera notícia. Ele consegue dominar a pauta, o que o torna um grande comunicador. Agora, isso me atrapalha um pouco porque quero vender o governo e muitas vezes a palavra dele é tão forte que fica acima de qualquer entrega”, admitiu Faria.

De acordo com o ministro, ele faz tentativas de reorientar o discurso do ex-capitão para que ele deixe de ‘atrapalhar’, no entanto, afirma que elas nem sempre rendem frutos.

“Se vejo que assunto x está atrapalhando o governo ou que discurso y pode ajudar, o presidente tem que ser convencido. Ele não deixa de falar ou fala porque eu pedi”, disse. “Ele erra sim, mas erra falando a verdade”, minimizou Faria em seguida.

Faria chegou ao governo em junho de 2020 após a recriação do ministério que havia sido extinto em 2019. Na ocasião, ao anunciar o titular da pasta, o próprio presidente disse que o deputado do PSD não era um profissional do setor das comunicações e foi escolhido pela proximidade que mantinha com Silvio Santos, dono do SBT, de quem Faria é genro.

“Vamos ter alguém que, embora não seja profissional do setor, tem conhecimento até pela vida que ele tem junto à família do Silvio Santos. Minha intenção é essa: otimizar e botar o ministério para funcionar nessa área que estamos devendo há muito tempo, uma melhor informação”, afirmou o presidente.

A chegada de Faria ao ministério também marcou, na época, nova abertura do governo ao Centrão em uma tentativa de Bolsonaro para manter apoio no Congresso em meio ao aumento da rejeição durante a pandemia.

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